segunda-feira, 28 de maio de 2012

Jade

Cade a pedra preciosa jade?
Mil baús abri sem nenhuma sorte
Que lealdade à sua sorte!
Você é como Sakura no norte.

Encontrei a jade em terra ferida
Afundando nesta areia maldita
Eu tentei salva-la de tal angústia
Mas fui afogado pela bandida.

Lépida ela ficou com o meu
Sofrimento, sou sofredor sofrido
Condenado pelo amor proibido

Não mereço este bom amor seu?
Ganância afasta-me desta paixão?
Achei minha paz nesta escuridão...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Seta Serena

Oh! Seta de chumbo! Oh! Seta de ouro!
És rombuda, machuca, afasta, mata!
És aguçada, atrativa, que estouro!
Será serena, minha serenata?

Sim! Veja como é triste meu enredo
Amaldiçoada sou por minha dor
Contra tal amor, impiedoso medo
Contra tal medo, impossível amor

Tu, apavorada por minha culpa,
Este desejo só atrai banzé
Esse rancor deixou uma cicatriz

Não há como ajudar-te com desculpa
Afastar-me-ei de ti, já que é
A maneira de deixar-te feliz...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O mistério


Noite bela natural
Apesar de bem cansado
Não estava amado

Animou um com a beleza
Com os passos ponteando
A fronte corando

E o que aconteceu?
E o que acontecerá?
Só meu bom par sabe

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Doce delírio


Era uma noite chuvosa, as gotas d’água caíam suaves como neve, e a luz fraca do quarto de Marcelo Torino o convidavam a imaginar. Marcelo imaginava sua amada, pensava em como surpreende-la,era algo que ele gostava de fazer;surpreender as pessoas,principalmente as que amava.Passou-se um tempo e Torino decidiu o que iria fazer.

O dia seguinte estava estranhamente diferente, sem uma única nuvem no céu e sem nenhum ruído na atmosfera, tudo estava completamente calmo. Marcelo então pegou o seu carro e dirigiu-se para a invasão mais próxima de sua casa. Para ele era uma aventura, estar cara a cara com o lado “negro” da sociedade (era assim que ele pensava),com a materialização das mesquinharias e ignorâncias dos que se dizem bem afortunados.Em meio aos escombros Torino avistou um cavalo vistoso,bonito,branco,nem parecia real.Ao lado do cavalo havia um velho de barba longa e branca,usando um chapéu de palha e olhando para o chão com uma expressão tão misteriosa que intimidava.Marcelo sem dizer uma palavra apenas deu um punhado de notas e moedas para o velho,pegou o cavalo e saiu trotando pela cidade,rumo à residência de sua amada!

Antes mesmo de chegar ao seu destino o cavaleiro avistara sua mulher,já o esperando,bem ao longe.”Ah como ela está linda!” pensava ele.Os cabelos ondulados e a expressão simples de beleza ímpar do seu rosto pareciam trabalhados por deuses!Ok, sem mais delongas o cavaleiro chega, apesar de sem armadura, estava reluzente à luz do sol. Ela não hesitou em pular no alazão e sair trotando com seu homem pela cidade. No momento em que a moça sentou no cavalo a atmosfera ficou leve subitamente; e eles foram indo para fora da cidade, só que sem rumo.

As paisagens na estrada iam mudando rapidamente enquanto pesava um clima de silêncio sepulcral. A moça, que por acaso não possui nome, seguia abraçada ao cavaleiro, sentada na parte traseira do cavalo. Ele estava aflito... Nesse tempo todo nem uma palavra sequer saiu da boca de ambos!O cavalo branco acelerou e as paisagens das mais diversas começaram a passar mais rapidamente, porém de maneira de maneira tão estranha que elas mais pareciam estar rodopiando em volta do casal.

De repente a mulher, agora com expressão séria, disse com voz muito aguda e firme:

-Chega de moleza!Chega desse silêncio!

-O que foi minha querida?-disse o moço já tenso.

-Diga-me o que eu quero ouvir!

-Por Deus!O que você quer que eu fale!

-Você sabe... –disse ela olhando fixamente para o céu.

O cavalo parou e o ambiente agora era um deserto, no céu formavam-se grossas nuvens e em poucos segundos começou a cair uma chuva torrencial.O cavaleiro estava sem entender a situação e olhava fixamente para sua mulher tão querida.Ela olhou para ele sorrindo como se estivesse satisfeita do que acabara de falar e o sorriso transformou-se em risada.A risada, o som da chuva e os relinchos do cavalo misturavam-se nos ouvidos de Marcelo Torino.Então ele percebeu que as gotas da chuva estavam dissolvendo tudo,inclusive ele,e transformando as coisas numa espécie de pasta muito viscosa e escorregadia.Sua amada já havia sumido após um tempo,mas o som da voz dela continuava no ar.

Aos poucos tudo ao redor ia se liquefazendo e a coloração do ambiente estava aos poucos se tornando branca. Quando tudo estava branco e dissolvido a chuva já havia cessado, e apenas o torso de Marcelo estava inteiro porém afundando numa espécie de lama branca branco-acinzentada(era o que restara após a chuva).Quando apenas sua cabeça estava para foras da lama a voz tão conhecida de sua amada sussurrou-lhe no ouvido:

-Diga-me o que eu quero ouvir!

Enfim Marcelo acordou,no mesmo quarto com a luz alaranjada da lâmpada ainda fraca e o som contínuo da água caindo levemente no vidro era o único som presente ali.Marcelo Torino pensou:

-Pena que era um sonho,mas pelo menos já sei o que fazer amanhã.

E as gotas continuavam a cair incessantemente durante a noite,suaves como a neve.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A moça

A moça

Moça, muito obrigado
Por abraço apertado
Deu-me uma ilusão
Fiz a escolha errada?
Ou vem do seu Coração?
Sua volúpia é maldita!
Diga-me moça bonita?
Quer ser minha namorada?

Por D.Tajra